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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Recordações de menino (dissertação)

Precalços que não valem apena lembrar à parte, «eu tive uma infância tão feliz!». Foi este o pensamento que veio ao de cima hoje, enquanto a música deste senhor ia passando na rádio. Ainda eu era uma bola de futebol com pernas e usava óculos, quando a nossa professora se lembrou que deviamos fazer uma apresentação para a escola, no fim do ano, com uma coreografia toda bonita. Eu que desde pequeno tive uma queda para dança adorei a ideia: nós todos de branco a cantar e a dançar. Foi bonito!
E comecei a andar para trás, mais uns anos. É que eu já morei num sitio onde toda a gente se conhecia, e sempre que alguém fazia doces em casa não exitava em ir oferecer à vizinha, como pretexto para meter a cusquice em dia. Lá eu tinha uma avó e uma tia emprestadas, que ainda hoje fazem uma festa sempre que lá volto.
Nessa altura eu acordava todos os dias cedo, porque o desenhos animados não podiam esperar, depois ia para a rua e só voltava à noite, quando a minha mãe vinha à porta avisar que o jantar estava pronto.
Eramos muitos e para passar o tempo inventávamos jogos, escondiamo-nos nos sítios mais estranhos, subiamos às árvores e, no meu caso que sempre fui despistado, esfolava os joelhos, espetava pregos nos pés e dava trambolhões com a bicicleta.

São a estes anos que eu devo este «rir por tudo e por nada» que hoje dizem que tenho. É a eles também que devo esta minha capacidade de conseguir acreditar que tudo se resolve da melhor maneira e em histórias de amor como as dos contos de fadas. Porque independentemente do rumo que as coisas tomem, de uma coisa eu tenho a certeza: amores desses, bonitos, de fazer o peito estoirar de felicidade existem, e não há força capaz de os destruir.  E podem dizer, como o têm feito, que eu vou mudar, que me vou magoar muito, que não me importo.
Porque sim, eu sofro às vezes, muito, mas foi assim que sempre escolhi viver, a 100 %, sentindo tudo com intensidade, livre de complexos e de ideias ultrapassadas.

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