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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Escrevendo... (III)

A noite chegou e adormeceu o dia. Olho para o nosso retrato que deixo em cima da mesinha de cabeceira e sorrio de saudades desse abraço reconfortante que há tanto tempo não me dás. Queria ter-te sempre aqui, como nos velhos tempos, e voltar a correr para o teu colo de todas as vezes que o mundo lá fora me pregue um susto.
Recordo os finais de tarde, quando chegavas a casa, exibindo esse teu sorriso, que para mim é o mais belo do mundo, e eu corria ao teu encontro para saber como tinha sido o dia. Lembro-me também das saídas ao sábado de manhã e de como me conseguias roubar aquela gargalhada que me fazia esquecer o sono.
Hoje estou diferente e já não me pareço tanto com aquele rapaz do retrato, e tu sabes como ninguém que por mais que o tempo passe eu vou continuar a ser o menino assustado que se faz de corajoso quando alguém está a ver, mas que corre para o teu colo sempre que o mundo me prega um susto.

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